Jamais pensei que o eletrizante Globo da Morte dos encantadores circos da minha infância viesse a me servir, na total contramão, de argumento análogo ao fatídico 2020.
Ser além fronteiras é saber que mora na alma a eternidade; mãe da liberdade, filha da fé. Pensar assim vem, não é de hoje, acalentando o meu existir neste planeta pandêmico. Onde nasci ainda há gente insistindo naquela conversa mole de: ‘de qual família você é?’ Deselegante maneira essa de ‘acolher’ alguém que chega até você, não é?
O saudosismo lusitano com ares melancólicos de fado repousou no ombro da minha alma ítalo-brasileira, naquela fria e azulada manhã de outono lisboeta, numa travessia pelo Rio Tejo.
Recatado no recanto das minhas peculiaridades, num daqueles contáveis dias realmente frios na Noiva da Colina (eis o codinome de Piracicaba/SP), pego-me digitando tais pensamentos com força e velocidade mediúnicas.
Quiçá conquistemos equanimidade no eterno vaivém da interdependência de nós – criaturas Divinas; pelo bem das relações civilizadas. Conquanto precedentes e fatos tantos nos tornem céticos em relação à conquista desse sonhado estado de espírito, num planeta conturbado e repleto de contradições.