Força

Foto: senivpetro

    No frenético universo multimídia jornalistas permeiam incessantemente campos muitas vezes do desconhecido. Donde têm de extrair informações inteligíveis aos vários formatos audiovisuais da comunicação contemporânea. Árida função essa num mundo carente de equidade. No qual, vaivém, o que prevalece nem sempre são os fatos e sim a versão que a eles é dada – é tênue a linha da ética no planeta em que o ter sufoca o ser.

    Dia 24 passado eu e Maria Esperança tivemos grata satisfação de participar do jantar de gala alusivo aos 50 Anos da AEAP – Associação de Engenheiros e Arquitetos de Piracicaba. Justo o festejo por meio século dum importante segmento de prosperidade e posteridade à malha socioeconômica piracicabana.

    Conversa vem… Conversa vai! Naquele agradável ambiente de sabedorias cartesianas reforcei a certeza de a comunicação e seus vieses todos ser uma ciência pouco exata. Aí lembrei-me da fala do físico e escritor Ivan Amaral Guerrini: “a transdisciplinaridade é uma metodologia que não exclui nenhuma forma de conhecimento, além do cognitivo e concreto. Abre alas para os componentes do chamado lado direito do cérebro: artístico, belo, lúdico, poético, musical, espiritual”. O doutor Guerrini entende a natureza toda interconectada. Para ele, tais interconexões extrapolam a visão clássica, adentrando à região da transdisciplinaridade e exigindo uma lógica que Stephane Lupasco definiu como quântica”.

    Daí avante podemos imaginar a glória que é celebrar 50 anos duma entidade a agregar profissionais que diariamente labutam para alicerçar e solidificar sonhos. Alegria grande devem sentir os engenheiros e arquitetos quando erguidos e estratificados os seus projetos ora preservacionistas – do saneamento básico ao telhado. É uma concretude numérica de suma responsabilidade à real democracia. Vejo na multidisciplinaridade de engenheiros e arquitetos o imprescindível olhar radiográfico e vanguardista que deve nortear trabalhadores predestinados ao bom entendimento das necessidades básicas duma civilização.

    Então, o teor desta pensata carrega em si certezas quânticas de que, no exercício das diferenças cidadãs, vemos que Piracicaba tem na raiz da sua evolução a força da transdisciplinaridade daqueles que desejam o bem das comunidades em todos os setores das atividades humanas.

Cabe aqui transcrever a Oração do Engenheiro:

“No cumprimento do meu dever de engenheiro não me deixarei levar pelo brilho excessivo da tecnologia, esquecendo-me completamente de que trabalho para o bem do homem e não da máquina. Respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam o equilíbrio ecológico ou que poluam. Colocarei todo o meu conhecimento científico a serviço do confronto e desenvolvimento da humanidade. Assim sendo, estarei em paz comigo e com Deus”.

_PAULO DE TARSO PORRELLI